De parar e dizer minhas verdades, há tanto tempo adormecidas.
Como virar meu rosto para você e desabafar as mentiras das quais você jamais duvidou?
Dizer agora a realidade em que vivo e jogar ao vento toda a poeira que se juntou durante anos?
Como ter a vontade de dizer a uma pessoa importante (muito importante!) toda a verdade?
Dentro de mim a cada dia sinto uma vontade maior de esclarecer tudo, deixar "em pratos limpos", claro e translúcido, uma realidade. Mas tenho medo, um incrível medo que você não me conceda o perdão... Eu sei como você reagiria a isso e é por saber disso que eu me calo, assim como já me calei durante meses, anos.
Vivo cercada em um labirinto com espinhos, onde cada mentira me custa uma ferida. E dói só de saber que infelizmente você não conhece minhas verdades.
Me descontrolar agora seria correr de risco de parar no meio do caminho com você. E é por nós que não faço isso, que não quero te machucar. Faço isso porque sei que vai doer em você, que vai me custar palavras amargas vindo do seu coração.
Vou vivendo sem me bastar das mentiras que causei em você.
Quem mais se sente magoada nisso tudo sou eu, acredite, por mais estranho e ridículo que isso pareça, mas eu sinto uma mágoa comigo mesma em continuar essa cena.
Tenho meu palco, um papel dirigido por mim, uma platéia querida e eu aqui sem poder passar minhas verdadeiras emoções.