sábado, 6 de dezembro de 2008


Hoje, me mate.
Só por hoje me faça algo que machuque. Me arranque pedaços, corte minha carne por onde passam as veias, torture-me com todos os efeitos que conhece.
Me deixe ser perseguida dentro de um filme de terror.
Me esqueça jogada na rua, implorando por esmolas miseráveis que me negam.
Deixe minha alma trancada naquele sótão onde passam víboras peçonhentas.
Faça-me esse favor.
Minha alma anda assim... em agonia, desespero, terror.
Pode matar a mim devagar, corroa primeiramente a alma, mate-a.
Seja ainda mais cruél, permito ser perverso. Quero que no final do jogo dê um cheque-mate e me devore peça por peça, a cada partida comendo um de meus pilares de sustentação.
Seja um ébrio violento, e me parta um coração que nem sabe se ainda vive.
Hoje, pode me matar.